Perfil nutricional e consumo dietético de crianças alérgicas à proteína do leite de vaca acompanhadas em um hospital infantil de Brasília/DF, Brasil

Autores

  • Jordana Queiroz Nunes Alves Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
  • Juliana Frossard Ribeiro Mendes Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal
  • Maria de Lourdes Jaborandy Hospital da Criança Jose Alencar - HCB, Brasília, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.51723/ccs.v28i03/04.282

Palavras-chave:

Alergia não especificada, Hipersensibilidade ao leite, Avaliação nutricional, Antropometria e inquérito dietético

Resumo

Objetivo: Investigar o perfil do estado nutricional e do consumo dietético de crianças com alergia à proteína do leite de vaca de até três anos de idade acompanhadas em um hospital infantil de Brasília/DF, Brasil.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo e prospectivo. Foram aferidos o peso e a estatura das crianças para classificação do estado nutricional por meio das curvas da OMS para escore z. A caracterização e consumo das fórmulas infantis específicas para APLV foram coletados através de questionário e recordatório 24h. Verificou-se a contribuição calórico-proteica, de cálcio, vitamina D e ácidos graxos essenciais em relação às DRIs.
Resultados: 76,5% eram recém-nascidos a termo, de parto cesária (73,5%) e com peso adequado ao nascimento (85,3%). Foram encontradas adequações em relação aos indicadores E/I (91,2%), P/I (88,3%), P/E (88,2%) e IMC/I (85,3%). 17,6% da amostra tiveram AME até 6 meses e 94,1% das crianças não estavam em aleitamento materno. A idade média de introdução alimentação complementar foi de 5,16 ± 1,47 meses e 54,5% receberam alimentação complementar antes de 6 meses. A porcentagem de crianças que transgrediram a dieta foi de 11,8%. A fórmula extensamente hidrolisada foi a mais utilizada (64,7%) e 5,9% não recebiam fórmula infantil. As porcentagens médias de contribuição das fórmulas infantis em relação às DRIs foram: 45,72% (EER), 80,21% (proteína), 76,9% (cálcio), 176,64% (vitamina D), 34,77% (w3) e 24,87% (w6).
Conclusão: Os resultados do presente estudo apontam que o desmame e a introdução da alimentação complementar foi precoce nessa amostra. As fórmulas infantis utilizadas eram específicas para APLV e contribuíam para atingir as recomendações nutricionais para a idade. Os resultados sugerem que as fórmulas prescritas contribuem para o adequado estado nutricional dessas crianças. A educação continuada da população, a orientação nutricional e a dieta isenta de leite e derivados são necessários para evitar o impacto negativo da APLV em crianças.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jordana Queiroz Nunes Alves, Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal

Programa de Residência em Nutrição Clínica, Hospital de Base do Distrito Federal, Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Brasília-DF, Brasil

Juliana Frossard Ribeiro Mendes, Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal

Programa de Residência em Nutrição Clínica, Hospital de Base do Distrito Federal, Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Brasília-DF, Brasil

Maria de Lourdes Jaborandy, Hospital da Criança Jose Alencar - HCB, Brasília, Brasil

Hospital da Criança José Alencar, Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, Brasília-DF, Brasil

Referências

1. Sociedade Brasileira de Nutrição Enteral e Parenteral, Sociedade Brasileira de Clínica Médica, Associação Brasileira de Nutrologia. Terapia Nutricional no paciente com alergia ao leite de vaca. Projeto Diretrizes 2011.
2. Dias A, Santos A, Pinheiro JA. Persistence of cow’s milk allergy beyond two years of age. Allergol Immunopathol (Madr). 2010; 38(1):8-12.
3. Benhamou AH, Schappi Tempia MG, Belli DC, Eeigenmann PA. An overview of cow’s milk allergy in children. Swiss Med Wkly. 2009; 139(21-22):300-7.
4. Vieira MC, Morais MB, Spolidoro JVN, Toporovski MS, Cardoso AL, Araujo GTB et al. A survey on clinical presentation and nutritional status of infants with suspected cow’s milk allergy. BMC Pediatrics 2010,10:25.
5. Caetano M C, Ortiz TT, Silva SGL, Souza FIS, Sarni ROS. Alimentação complementar: práticas inadequadas em lactentes. J. Pediatr. (Rio J). 2010; 86(3):196-201.
6. Costa EG, Silva SPO, Lucena JRM, Filho MB, Lira PIC et al. Consumo alimentar de crianças em municípios de baixo índice de desenvolvimento humano no Nordeste do Brasil. Rev. Nutr., Campinas, v. 24, n. 3, June 2011.
7. Van Odik J, Kull I, Borres MP, Brandtzaeg P, Edberg U, Hanson LA et al. Breastfeeding and allergic disease: a multidisciplinary review of the literature (1966-2001) on the mode of early feeding in infancy and its impact on later atopic manifestations. Allergy, [S.l.], v. 58, p. 833-43, 2003.
8. Monte C Giugliane, ERJ. Recomendações para alimentação complementar da criança em aleitamento materno. Jornal de pediatria, [S.l.], v. 80, p. S131-S141, 2004.
9. Agostoni C, Braegger C, Decsi T, Kolacek S, Koletzko B, Michaelsen KF, et al. Breast-feeding: A commentary by the ESPGHAN Committee on Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2009; 49(1):112-25.
10. Veira GO, Silva LR, Vieira TO, Almeida JAG, Cabral VA. Hábitos alimentares de crianças menores de 1 ano amamentadas e não-amamentadas. J. pediatria (Rio J). 2004; 80: 411-6.
11. Sampson HA. Uptade on food allergy. J allergy clin immunol 2004; 113:805-19.
12. Fiocchi A, Brozek J, Schünemann H, Bahna SL, von Berg A, Beyer K, Bozzola M, et al. World Allergy Organization (WAO) diagnosis and rationale for action against cow’s milk allergy (DRACMA) guidelines. WAO journal, april, 2010. P. 57-161.
13. Ramesh S. Food allergy overview in children. Clin Rev Allergy Immunol. 2008; 34(2):217-30
14. Pereir PB, Pereira CS. Alergia à proteína do leite de vaca em crianças: repercussão da dieta de exclusão e dieta substitutiva sobre o estado nutricional. Pediatria, São Paulo, 30(2): 100-106, 2008.
15. Agostoni C, Decsi T, Fewtrell M, Goulet O, Kolacek S, Koletzko B, Michaelsen KF, et al. Complementary feeding: a commmentary by the ESPGHAN Committee on Nutrition. J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2008; 46:99-110.
16. Sociedade Brasileira de Pediatria; Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Brasil). Consesnso Brasileiro sobre Alergia Alimentar: 2007. Rev. Brasileira alerg. Imunopatol., vol. 31, nº2, 2008.
17. Saarinen VM, Kajosaari M. Breast Feeding as prophylaxis against atopic disease: prospective follow up until 17 years old. Lancet 1995; 346:1065-9.
18. Bortolini GA, Vitolo MR, Gubert MB, Santos LMP. Consumo precoce de leite de vaca entre crianças brasileiras: resultados de uma pesquisa nacional. J Pediatr (Rio J). 2013; 89 (6): 608-613.
19. Sova C, Feuling MB, Gleason L et al. Systematic review of nutrient intake and growth in children with multiple IgE-mediated food allergies. Nutrition in clinical practice. 2013; 28 (6): 669-675.
20. Koletzko S, Niggemann B, Arato A, Dias JA, Heuschkel R, Husby S et al. Diagnostic approach and management of cow’s milk protein allergy in infants and children: A practical guideline of the GI-committee of ESPGHAN. Journal of pediatric gastroenterology and nutrition, 2012. 33p.
21. Zeiger, RS. Dietary Aspects of Food Allergy Prevention in infants and children. J Pediatr Gastroenterol Nut 2000; 30:S77-86.
22. Christie L, Hine RJ, Parker JG, Burks W. Food allergies in children affect nutrient intake and growth. Journal of the American Dietetic Associantion, vol. 102, n. 11, November, 2002.
23. Sicherer SH, Noone AS, Koerner CB et al. Hypoallergenicity and efficacy of an amino acid-based formula in children with cow’s milk and multiple food hypersensitivities. J Pediatr. 2001; 138: 688-693.
24. Aldámiz-Echevarría L, Bilbao A, Andrade F et al. Fatty acid deficiency profile in children with food allergy managed with elimination diets. Acta pediatrica. 2008; 97: 1572-1576.
25. Slater B, Marchioni DL, Fisberg RM. Estimando a prevalência da ingestão inadequada de nutrientes. Rev Saúde Pública, 2004; 38 (4): 599-605.

Downloads

Publicado

23.08.2018

Como Citar

1.
Alves JQN, Mendes JFR, Jaborandy M de L. Perfil nutricional e consumo dietético de crianças alérgicas à proteína do leite de vaca acompanhadas em um hospital infantil de Brasília/DF, Brasil. Com. Ciências Saúde [Internet]. 23º de agosto de 2018 [citado 30º de abril de 2024];28(03/04):402-1. Disponível em: https://revistaccs.escs.edu.br/index.php/comunicacaoemcienciasdasaude/article/view/282

Edição

Seção

Clínica Assistencial